quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A Graça está na desgraça... - por Rodrigo Forte


Oi meus queridos leitores, todo mundo bem?

Esta semana vamos de autor convidado aqui no Garota da Contracapa (êêh!). Na verdade, um amigo fez interessantes observações sobre o último texto (aqui) e eu, que logo enxerguei potencial em suas frases filosóficas banhadas nas águas de Ricardo Coiro, propus "Cara, escreve sobre isso!”. Resultado é que ele topou. Então é isso Rodrigo, pode entrar, pegar uma cerveja na geladeira, ligar a TV e ficar à vontade, pois a casa é sua.


Paula L.

A GRAÇA ESTÁ... NA DESGRAÇA



Tenho percebido a carência feminina por homens engraçados, descolados, legais e que parecem não se abater pelas miudezas da vida. O desejo de se relacionar com homens que fazem graça de coisas cotidianas, sem forçar a barra ou sem querer parecer divertidos.

O que muitas ainda não perceberam é que tentar achar o cara que se encaixa nesse perfil em rapazes bem apessoados, com carros legais e que usem roupas que são “propositalmente” sacadas de trás da porta do quarto, não é lá muito sábio. O senso de humor que arde o rosto e dói a barriga, geralmente será atributo de pessoas que, de certa forma, são desprovidas de algumas dessas coisas (ou de todas elas...).

É fácil entender: homens bonitos, charmosos, musculosos, com um sorriso largo e cheio de dentes, não precisam ser engraçados e isso é um vício social, infelizmente. O senso de humor vem do submundo da negação, do limbo do desinteresse alheio e da presença invisível.
Começa a ser trabalhado logo na infância, com a falta de jeito para os esportes e com a negativa da garota da segunda fileira de carteiras. 

Tirar sarro de si mesmo, não ter vaidade para se autodepreciar e saborear o amargo gosto da vida é para poucos. É com a falta de grana, falta de atributos físicos e falta de ser notado que nascem os caras de fácil conversa e de boas gargalhadas.
Facilmente notados em bares, são esses caras que gesticulam e fazem todos rirem ao seu redor. Podem estar rindo dele ou pra ele, mas na verdade ele não liga para o que os outros vão pensar e sim que desse lado do muro ele se encontrou e se viu confortável.

Enfim, fato é que o faro feminino anda meio descalibrado e no fundo, no fundo, talvez elas não enxerguem que os caras divertidos que vivem procurando, continuam sendo os mesmos garotos invisíveis da segunda série, pisoteados pelos bem apessoados de camisa pólo.

Por Rodrigo Forte


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