Hoje vou deixar meu lado f*hit de lado e não postarei tutorial de
maquiagem, look do dia ou unha da semana (eu sei, não sobra muito assunto né
meninas, afinal, bloguete que se preze não tem mais sobre o que discorrer).
Sem mais delongas, o tema de hoje no ‘Casos de Família’ é: machismo.
Machismo e Feminismo. Teoria machista-feminista moderada. Teorias bizarras que
eu crio, mas nem tento difundir porque tem tanta fundamentação lógica quanto...
Nenhuma. Na verdade eu sempre tive um pezinho no machismo velado, morria de preguiça da militância feminista – aquela agressiva-, e por
vezes me permitia dizer “quem foi a doida que inventou de queimar sutiã na
praça pra gente poder trabalhar? Eu podia estar em casa fazendo uma torta de amora
e cuidando dos meus filhos”, mas aí eu lembrei que dirigir sozinha me faz muito
mais feliz do que pensar em um marido e filhos. Até mesmo porque a vida de
Amélia... Ai, coitada da Amélia.
Trabalhar é uma... Benção! (Assim que a gente fala quando não quer
xingar). Trabalhar, fazer faculdade, pensar em ter uma carreira foda, fazer
academia -porque ninguém merece usar maiô aos 24 anos-, é até capaz de dar uma
estressada na gente e num lapso nos fazer pensar “Por que é que não virei madame?”. Mas a autonomia,
ah, isso realmente não tem preço e nem acho necessário pormenorizar. Acho
lindo ser mulher alpha.
Aqui pra vocês, ó!
Mas então que eu ainda tinha umas ideias meio que coniventes com o
machismo, ideias estas que estão cada vez mais remotas em minha mente. Hoje vi
uma ‘pegadinha’ interessantíssima em que um cara feio dos infernos perturbava a
mulher pra sair com ele e quando ela negava, ele abria sua Ferrari vermelha (aí
ela, pra matar a gente de orgulho, fica correndo atrás do cara na tentativa de
dar um role no carrão. Shame on you).
(O que esperar de uma pessoa que usa biquíni rosa pink de franja? Tsc tsc tsc. #evil hihi)
Agora que interessante. Mulher interesseira é coisa feia né, mas tem
demais. É o que mais tem nesse mundo. É só fazer a pegadinha da Ferrari que dá
pra ver “Ah lá, tudo interesseira”. Mas homem interesseiro..? Não, nunca vi.
Homem que fica com mulher só pelo status, pelo dinheiro, para aparecer na High
Society? Ah, ta brincando! Existe?!! #chocada sqn. Por que é que tão engraçado comprovar que
existem mulheres que se vendem, enquanto a distante ideia de um cara interesseiro não gera
humor? Por que não tem graça nenhuma. Gente interesseira não tem graça.
Entretanto meu desabafo de hoje não se restringe a uma piada tosca
feita em um programa tosco. Agora as #trendgirls talvez se interessem pela
pauta: o novo aplicativo que tem tirado o sono de um bocado de rapazinhos, o
Lulu.
Os mano pira!
Trata-se de um grupo feminino onde podemos julgar os boys de acordo com
critérios: interesse, inteligência, beijo, bom de cama (ui!), se é chato, etc.
Tudo com hashtags que são até engraçadas:
“#LindoTesãoBonitoeGostosão, #Cavalheiro, #TrêsPernas, #DáSono”.
O
aplicativo acabou de chegar ao mercado e já ta rendendo assunto pra mais de
mês: é a vingança das mulheres ou apenas uma ferramenta de puro recalque?
Pessoalmente, baixei o aplicativo hoje e não consegui usar porque estava
congestionado, ou seja, a maioria das mulheres está amando esse poder de tratar
os rapazinhos como pedaço de carne no açougue e eles, as vítimas, estão se
contorcendo de ódio – vá lá que estou me divertindo com a curiosidade deles
em saber sua pontuação-.
Entretanto não é agindo da mesma maneira que eles que
daremos o troco. Se nos tratam de maneira grosseira, então nos tornamos ogras?
Além do mais, o aplicativo já virou meio sádico para denegrir o novinho que te
deu um fora.
Eu não sei como daremos o troco, aliás, nem sei se precisamos dar um
troco. Esse negócio de vingar só é bom em seriado americano, na vida real
acrescenta necas. Acho que precisamos de mais mulheres pensantes, que se
orgulhem da autonomia, que busquem o poder de verdade e não apenas um
aplicativo no celular que nada muda no sentido prático das coisas. Ressaltando que não vamos adquirir poder mostrando os
peitos na rua, muito menos agindo agressivamente para mostrar que somos
‘macho’. Somos mulheres. Vamos conquistar o mundo de salto, perfume e cabelos
sedosos.
É tudo em tom de brincadeira, mas não deixa de ser sério,
fiquemos mais ligadas: o machismo está mais presente no dia a dia, na
sociedade, no nosso moderno século XXI, que podemos nos dar conta.
(Quem diria, eu, de machista a machista-feminista moderada,
a finalmente feminista. Sou só agradecimentos ao “Pânico na Tv”).