quarta-feira, 13 de julho de 2016

CASOS DE NOSSAS FOTOS VELHAS

 Recomendo para ouvir : Every Pitcure Tells a Story


        Eu sou suspeita para criticar, pois me descobri uma devota às selfies; aliás, tão selfish me tornei que o único “ista” que posso me afirmar hoje é “ego”. Mas 
guardem os julgamentos para vocês; eu só queria ser fotógrafa profissional de alguma paisagem e coincidentemente a única paisagem que posso me dizer conhecedora é a do meu próprio rosto.

Pois bem. Entre uma selfie e outra, pensei em fazer algo de mais útil e me pus a...pensar. Lembrei-me de um programa que, diferente de montanha-russa no sábado à tarde, cinema com filme dublado ou café forte sem açúcar, atende aos gostos mais exigentes e até hoje não conheço quem diga que não goste de ver fotos antigas. Sim, aquelas antigonas que só uma de nossas tias tem trancada às sete chaves num armário de mogno, ou aquelas que, por razões absolutamente desconhecidas, as mães insistem em mostrar aos namorados.

E a reunião de foto antiga mais divertida geralmente começa de maneira despretensiosa, no café de madrugada da casa de tia Zulmira ou depois da pizza e do filme em tia Ném; de repente, estamos todos sentados no chão enquanto o arsenal, ao ser passado de mão em mão, gera fontes inesgotáveis de bullying familiar “Pelamor de Deus, ó meu cabelo gente! Por que cês não me falavam”, “E André que só tinha essa bermuda?”, “Nossa, tia, queima essa foto aqui!”. Por um lado gargalhadas, por outro, suspiros e olhos marejados de lembranças: sempre tem aquela foto do Carnaval de 1996, em Alcobaça, quando estávamos reunidos tomando Milk Shake na Khalua e aí alguém solta “Tempo bom que não volta mais...” Perco tempo me perguntando agora: no futuro vou sentir saudade do presente, como no presente sinto falta do passado? Experiências me dizem que sim... Vai saber?

Mas interessante mesmo -constatei depois de ver tantas fotos antigas- é que nossos pais com uma Kodak e um filme de 36 poses que deveria durar todo o verão, não hesitavam em registrar fotos que não pareciam muito profissionais e provavelmente não captavam nossos melhores ângulos (outro salve pra tia Ném!); se a gente parar pra reparar bem são umas fotos meio feias essas fotos antigas, principalmente se não for foto da nossa família: é cara amarrada no banco de trás do carro, um sem fim de bocas e dentes numa gargalhada, rosto sujo de picolé de minissaia, trezentas crianças sem camisa na carroceria de uma Fiorino (isto sem mencionar as fotos da ceia do Natal!). 
Verdade que talvez falte às nossas fotos antigas alguma beleza, -a beleza óbvia e apática que nossa geração #selfiesh é perita em registrar -, talvez uns filtros caíssem bem e uma iluminaçãozinha não fizesse mal, entretanto, diferente de minha pasta intitulada ‘Selfie’ que poderia ser facilmente substituída por ‘Nadas’, diferente de rostos perfeitos e vazios, de moeda de troca por like e atenção, todas as nossas fotos antigas contam uma história, não é mesmo? 



Saudoso vô Luciano... Saudoso pé de goiaba!


Carreta Furacão dos anos 90


Mãe diz: “Poe o capacete no de cabelinho liso, ta moço?”


Cosmopolitan indo passar um efe-de-esse com meu pai em GV (de lá pra cá não mudou muita coisa)



Rosinha, nossa canoa!

Bendito sacaneado entre as primas



Essa não é antiga, mas eu quis postar mesmo assim porque é vó soberana. 



E pra encerrar: a gente na Kalua, tomando Milk Shake, em um Carnaval de 1900 e bolinha de gude (apesar de que nessa foto nem tem eu, mas ah, deu pra entender...)


sábado, 2 de julho de 2016

Qual é a música da vida de vocês?






Esses dias estive revirando o baú velho do meu passado procurando algo que naquele momento me parecia imprescindível, mas imprescindível é a primeira coisa que me vem à mente até  que eu me esqueça dela, de modo que do meu passado voltei com tudo quanto  é tralha e lembrança nos braços, menos a tal coisa que comecei a procurar.

E dentre as novas tralhas e lembranças, que agora me pareciam absolutamente...imprescindíveis, estavam minhas músicas antigas. Você já ouviu uma música que se tornou a trilha sonora perfeita para sua vida, ou fez de suas viagens ainda mais inesquecíveis e não importa quanto tempo passe, aquela música ainda vai te sacudir por dentro?
Mas é claro que você já ouviu. É claro que você tem uma música sua.

Eu ainda me lembro de quando ouvi Stairway to Heaven pela primeira vez, aos cartorze ou quinze anos, na casa de um de meus amigos e como foi estranho constatar, logo nos primeiros sons do dedilhado melancólico, que aquela era a minha música e me marcaria dali por diante. Uma dessas descobertas mágicas.
Só que havia me esquecido dessa sensação encontrar algo bom de repente.
Meus sentidos se tornaram meio surdos e a falta de tempo só tem me permitido ouvir “As Top 10 da Semana” de modo que minhas novas descobertas se resumem um combo de cantores de um só sucesso e música inferninho do último verão.

É tanta praticidade deixar o aplicativo escolher a playlist, deixar o site fazer o roteiro de viagem, ou a crítica dizer o que deve ou não ler, que cada vez menos há chances de boas surpresas, e quando você se assusta ta usando até as palavras práticas para se referir a momentos e sentimentos “Pessoa top”.
Não, não, não. Me chama de formidável, mas não me chama de top, -estou abdicando de tudo aquilo que pode ser definido de maneira tão simplória e fria.

Mas voltando à falar da música, porque na verdade eu não tinha absolutamente nada para escrever –só queria mesmo postar essa foto linda do Robert Plant, mas ia ficar sem sentido e sem assunto, aí pensei em escrever um parágrafo sobre uns CDs antigos que encontrei, de quando tinha dezesseis anos, porém detesto casos resumidos aí acabou que – 

MAS voltando a falar da música: qual é a de vocês?