quinta-feira, 31 de março de 2016

ÓLEO DE COCO: E EU ACREDITEI


Hoje deixarei meu egoísmo de lado e não vou falar de minhas crises existenciais ou chorar confusões. Hoje o assunto é mais profundo e a situação exige que um viés de blogueira antenada e falante venha dividir novidadinhas com vocês no melhor estilo “Oi gente, tudo bem com vocês?”. Pois bem, falaremos de cabelo.

Do latim: Cabellls.


Então, muitos dos meus leitores me mandam tweets, emails e comentários perguntando como é que cuido das minhas madeixas para que estejam sempre com esse aspecto opaco, sem balanço, sem vida, sem corte e hoje vou atender aos pedidos e dividir um pouquinho dessa minha rotina com vocês. 

Fui uma pessoa muito vaidosa em tempos de minha juventude. Talvez por falta do que fazer ou por pura insegurança quanto ao que meu conteúdo poderia oferecer, eu era capaz de passar uma tarde inteirinha estirada no sol fazendo marquinha de biquíni, hidratando os cabelos e esfoliando o corpo. Hoje eu sou uma senhora um tanto sem paciência, portanto dedico minhas tardes livres geralmente a... Livros. Mas aí um anjo sussurrou em meu ouvido que minha pele estava muito pálida, o corpo desleixado demais e os cabelos então... “Fia, dá um jeito nisso, ta uma droga”.

Breve história dos meus cabelos: não é liso, nunca foi, nunca será. Trabalhoso a vida toda, ele insistia em se tornar mais rebelde quando se comparava aos cabelos de capa de revista de todas as minhas primas, o que deixa claro que não tive uma infância fácil.  Entre uma progressiva e outra, entre umas quedas de cabelo e outras, entre uma textura de cabelo de plástico e outra, fui largando as químicas (e  largar progressiva é igual largar vício: tem recaída, abstinência, tristeza, superação e tudo mais). Mas não é porque o cabelo não está exatamente do jeito que você sonha que por isso vai fazer como eu e largar de mão dos coitados dos fios usando xampu do irmão, da mãe, do cachorro, né?



Primeiro assisti um vídeo dizendo “Faça um cronograma capilar” e aparentemente é necessário hidratar, nutrir, umectar o cabelo quase que toda semana –Pausa para pensar: não tenho um cronograma da minha vida, da minha hora de comer, da hora de ir pra academia, vê lá se vou ter cronograma de cabelo? – ok, vamo tentar. Passei a nutrir os cabelllsss com uma máscara reconstrutora da L’óreal (Porque Você Vale Muito) uma vez ao mês e hidratar com uma máscara dessas baratas mesmo duas vezes na semana (a da Ox, por exemplo, é ótima). Aí nesse entremeio minha prima me falou do óleo de coco: cura resfriado, dor nas costas, prisão de ventre, anemia, sinusite e ainda dá brilho e balanço aos cabelos, e lá fui eu ao supermercado desesperada pelo potinho de bálsamo da vida (25 conto o maiorzinho).

Como toda pessoa que se ilude facilmente com propagandas exageradas e testemunhos de milagres, aproveitei a primeira tarde livre e comecei a fazer meu tratamento. Segundo uma moça do Youtube que tem Cabelos de Rainha, pode aplicar o óleo no cabelo seco, sujo, molhado ou limpo, tanto faz, e eu fiz a linha preguiçosa e passei nele seco e sujo mesmo. A textura do óleo é incrível e à medida que fui passando, fui sentindo o cabelo ficando mais macio. Nisso minha empolgação cresceu e faltou muito pouco para que eu bebesse o óleo de coco, mergulhasse de cabeça no potinho, passasse na cara e nos dentes. #SouDessasSemNoção


Cabelos de Rainha disse que ficava com o óleo no cabelo por cerca de três horas e como eu adoro bater recordes, fiquei quatro. A hora de lavar chegou e eu mal me aguentava de ansiedade, parecia até que tinha feito uma reconstrução da Joico; no chuveiro, já começou a suspeita de que aquilo não sairia do meu cabelo nunca NUNCA mais e eu comecei a ficar tensa, afinal eu sou uma dessas pessoas que vivem perigosamente e adoram testar novidades em dias de eventos, de modo que em duas horas eu tinha que estar em uma festa com o cabelo apresentável. Já estava na quarta mão de xampu quando considerei a possibilidade de lavar uma quinta vez com detergente, mas resisti à tentação e segui para o condicionador como Cabelos de Rainha havia me instruído  “Lave normalmente” (só esqueceu de dizer que é meio vidro de xampu por lavada). Sequei o cabelo com a toalha, dei aquela batida de secador básica para acelerar o resultado e o resultado foi ... o cabelo de Mercur, o Homem da Borracha. Você não conhece Mercur, o Homem da Borracha? Vou postar uma foto minha depois do óleo de coco e vocês vão se lembrar dele.






O aspecto não foi de todo ruim. Deu bastante brilho e fez até que ia ficar sedoso, mas meu exagero em passar mais óleo do que devia impediu. Sobre deixar os cabelos mais lisos, nada a ver. Meu cabelo continua com as mesmas ondas revoltas, mas um pouco mais macias. Numa nota de 0 a 10, classifico o resultado do tratamento dessa tarde como 7. Bom, mas nada de especial. Mais negocio que passar óleo de coco no cabelo, é lavar com a água milagrosa de São Paulo, você já sai do banheiro com o cabelo de capa de revista, mas esse mundão de meu Deus é grande demais e em Teófilo Otoni a água faz o efeito contrário e milagre mesmo é um cabelo ficar bonito aqui. De qualquer modo, eu ainda não desisti. O anjo me disse que tudo bem ler livros enquanto toma sol, hidrata os cabelos, faz ritual de beleza, conteúdo e vaidade não precisam ser inimigos. Agora vou fazer um cronograma capilar, um mapa astral, vou nutrir, hidratar, umectar, cortar, vou passar Geleia Real se disserem que fica bom, e de tempos em tempos venho aqui, fazendo a linha Cabelos de Rainha, contar as novidades para vocês.


Um beijo e uma borrifada de Uniq One em vocês.