sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Poeminha Ordinário do Cotidiano - Aquele sem pé, nem cabeça, nem métrica



Há muito que se fazer, pouco tempo para tentar,
parece ser cedo para dormir, tarde demais para acordar.
E em tanta agitação virei desespero e ansiedade; 
começo dizendo o que devo, mas ao final das linhas percebo 
que em vez de textos inteiros, 
tenho tudo pelas metades. 
Encaro a página em branco: tanta história para escrever! 
Mas antes que me dê conta, minha mente já foi embora 
tentando lembrar daquilo que não posso me esquecer. 
 E faço crônica com lembrete, poemas tortos viram diário, 
misturo uns contos e contas, vai poesia ao judiciário. 
Respiro e faço outra lista, pois a semana só começou: 
lê os livros empoeirados que o fulano te emprestou, 
leva o gato engasgado que precisa ver o doutor, 
engole o choro e vai ao banco ver o saldo devedor, 
fim do dia escreve um conto que não fale só de amor...
De novo o relógio me assusta “Quanto tempo será que perdi?”
Outra vez anoiteceu e já é hora de dormir, 
então fecho os olhos cansados rezando para ter fim 
o tormento de perceber:
“Foi mais um dia que não vivi”.

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