quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sobre a ansiedade, Venlafaxina, academia, namorados e muito mais.




Porque hoje eu disse a uma amiga que pudesse acessar meu blog, pois eu escreveria um texto bastante impessoal, coisa singela, talvez um conto, uma opinião útil, ideia política... Mas o negócio é que não escrevo há mais de meses e o que deveria ser uma crônica, virou um desabafo já no título. Estou agitadííííssima, uma dessas pessoas sorrideeeeentes, cheias de energiiiia que você se cansa em... Bom, cansei ¬¬’’.

Só que né, é a Paula que tem pra hoje.

Minha gente, eu estou malhando. Malhando não, desculpa, a moda agora é falar “treino”. Eu treino gente. Nada do tipo “no pain, no gain”, foco, fé e força, “vamos alimentar o mundo com clara de ovo”, POLAINAS. Enfim. Depois da infeliz experiência com o spinning aqui relatada, da aeróbica, das sessões de seiscentos abdominais, me encontrei na musculação. Como combinamos eu e um amigo, malhamos pelo bem estar, o que mudar no corpo é lucro e isso até dá certo porque você se sente bem e não engorda (não desenfreadamente).

Conforme estudos comprovam, de fato existe o tal prazer em praticar exercícios físicos. Libera mesmo o hormônio da felicidade. Mas veja bem, comigo acontece diferente. Sinto a felicidade (clandestina/Clarice Lispector) me tomar quando estou terminando os abdominais e percebo que está próxima a hora de ir embora; a tal serotonina/endorfina/dopamina, essa coisa aí, circula em meu corpo todo de maneira inexplicável:
 “EU VENCI! ACABOU MESMO!”

É tanta alegria que sinto vontade de abraçar as pessoas e agradecê-las por terem me acompanhado na árdua jornada, me dado apoio moral, feito carão pra minha camisa de vereador, pelo instrutor que não me deixou roubar no exercício de tríceps. Indo embora da academia todos os dias penso: 

-Obrigada Brasil, vocês todos que estiveram ao meu lado, a jornada não foi fácil, eu quase fraquejei no extensor unilateral, mas consegui graças a vocês. Um beijooooo! Se não chover nem fizer frio, amanhã estou aí!

Obviamente só dou um sorrisinho sem graça e parto em silêncio. Ainda não estou tão falante né.

E para a segunda pauta temos... As pessoas da academia. Eu agitadinha e saltitante sou quase uma pílula da alegria ambulante, meu sonho é fazer amizade com todo mundo e ser parte de uma turma e somos felizes e... Péra, não. Estou somente aberta às pessoas. 
Os rapazes, por óbvio, geralmente são mais sociáveis (isso quando eu não vou com a camisa da Acadepol ou de óculos)-, mas as meninas... É só carão, olhar de preguiça “-Ah lá a franga”, sorriso forçado. 

Cadê a gentileza, garotas? Custa dizer um “Tudo bem, já terminei”, “Obrigada”, “Quer ajuda?”. Bater papo na esteira com uma delas? Nem pensar (até mesmo porque na minha academia não tem gente acima do peso. As pessoas que não são saradas malham em casa e depois vão pra lá, sério; então nas esteiras só tem as tias e eu). Mas então, onde é que está escrito que não podemos nos falar? Por que me sinto invadindo um lugar onde não há espaço para mais nenhuma garota e... De repente parecemos ser todas concorrentes? Sim, a impressão que tenho é essa, de que há a disputa em atrair olhares, inflar o ego, pegar mais peso que os caras. Não, não sinto muito por não me tornar best das meninas da academia, até mesmo porque nosso papo seria basicamente:

-Eu tomo Whey Porcaria seilácomosechama, e você?
-Eu tomo Nescau.

Eu só queria mais gentileza. Não é por que você tem a perna mais grossa que a de um cara que tem que agir como um né? *sem indiretas, pelamor; estou generalizando da maneira mais ‘geral’ possível*

Então que eu ia introduzir a história da academia pra contar que gosto muito de correr, e quando corro minha mente ansiosa parece fritar, voar, de repente estou fazendo planos de mudar de cidade e só se passaram dois minutos. Essa era a ideia, apresentá-los uma mente ansiosa, contar sobre minha experiência com o Efexor, esmiuçar meus últimos romances, mas olha o tamanho do texto só sobre meu lado ‘exercite’ da vida, rs; “magina” eu relatar o que aconteceu em quatro meses? 
Em outras postagens, talvez. O negócio é que, minha amiga, fico te devendo o texto impessoal; na verdade já até o tenho escrito, mas me veio isso de falar de tudo. 
No mais, mais do mesmo: futilidade, profundidade, conversação com as estrelas, conversação com Deus; caminhando pela rua e rindo sozinha, pensamentos feitos, ideias políticas (quem diria, eu), e tanta coisa nova e velha. É bom estar de volta.


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