Isso vai soar ridículo, -eu sei-, além de excessivamente dramático, mas a verdade
é que eu não voltei de viagem. “Paula, você deve ta tomando Bloody Mary
estragado, porque ontem mesmo te vi no bar”. Então... Não era eu! Não sou eu, não
mais. Estou presente apenas em corpo, vivendo no piloto automático, enquanto meu coração
ficou perdido mundo afora.
Eu não perdoo vocês, Nathália e Lorena, por terem me convencido a fazer
a aventura mais incrível e extravagante da minha vida. Vocês, meninas, vão ter
que lidar com uma Paula extremante inconformada, de olhar perdido, que voltou
àquela maçante saga de encontrar seu lugar no mundo. Vocês acordaram o monstro.
Abriram a caixa de Pandora.
A verdade é que essa viagem tirou meus dois pés do chão e agora estou
intensamente apaixonada por coisas que já aconteceram e ainda vão acontecer,
mas existe o vazio do presente. Sabe como é isso? Uma loucura toda! Como
preencher o presente se aqui, agora, por mais que tudo esteja encaixado, nada
faz sentido?
Meus olhos brilharam demais ao ver Paris e perdi o fôlego diante das luzes de Amsterdã. Não me resta outra alternativa,
senão refazer meus passos pelo mundo todo, anoitecendo e amanhecendo em Nova York, Barcelona, Londres, India, Zâmbia, Tailandia, Toronto, Milão...
Só assim vou reencontrar meu coração.
Só assim vou reencontrar meu coração.
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