"Eu já
até te imagino apontando esse dedinho pro meu rosto e dizendo, irada que só: 'Vocês são todos iguais!', enquanto eu, desorientado como qualquer cara que não
sabe o que as mulheres querem, quando querem ou por que querem, fico com um
olhar bobo, pensando em uma contestação.
Nos
dias bons, quando você ta longe da TPM, ta alimentada com seu chocolate
preferido, e usando roupas novas, eu arriscso dizer receoso: 'Mari, olha só, nós
não somos todos iguais! Vocês é que são
umas loucas por...' (Atenção aos navegantes: chamar uma mulher de louca encerra
toda e qualquer discussão, e, é claro, você é um derrotado, estúpido, cheio de
argumentos idiotas). Mas às vezes sou mais cauteloso e digo 'Mari, o que é que
vocês querem da gente? Quando somos legais, levamos fora. Quando mandamos
flores, somos desesperados, quando ignoramos, somos filhos da mãe..?'
E
você, irritada demais para ter paciência com seu o seu melhor amigo, me diz que 'Não adianta explicar' –desvia os olhos- 'Você nunca entenderia...'. Tô te
falando que to quase desistindo viu.
Que
nem aquela vez, numa festa de casamento, em que eu beijei duas de suas amigas,
lembra? Antes mesmo que eu chegasse em casa, havia vinte mensagens suas em meu
celular que piscavam, lançavam chamas e gritavam 'VOCÊ É UM BABAAAAACA!'. Ok,
eu fiquei com duas garotas que eram amigas. Foi na mesma noite, certo. E: elas ficaram sabendo uma da outra e foram bater boca no banheiro, enquanto
eu, apoiado em meu copo de vodka, xavecava a terceira, tudo... É... Bom.
Mas
justiça seja feita e eu quero que você se lembre daquela vez, Mariana, em que
você ficou com meu irmão, com meu primo E com um terceiro aleatório, todos no
mesmo dia, lembra? Carnaval de Diamantina, três anos atrás? Meu irmão, que era
louco por você, passou todo o Carnaval chorando bêbado e dizendo ‘Aquela
desgraçaaaaaada’. Meu primo tava nem aí, queria mais é que sua vez na fila
chegasse novamente; e você? Você exalava gim tônica e sorria! Eu fiquei puto
tentando te colocar limites e você respondia, debochada, 'Ah, quê que teeeem?.
Então
eu te pergunto, minha garota, minha linda, minha melhor amiga: por que é que
nós, homens, somos todos uns canalhas e para vocês, mulheres, tudo bem vez ou
outra endoidarem e saírem por aí brincando de micareta? Por que a gente é filho
da mãe se ignora uma garota, mas tudo bem para vocês darem end no nerd que
mandou um poema do Drummond pelo Whatsapp? Por que, me explica, quando um cara
se apaixona, você e suas amigas logo se reúnem, estilo convenção das
bruxas e enumeram mil defeitos do infeliz, pontuando ao final que ele é um sem
noção por ter caído de amores tão rapidamente? Mariana,
Mariana, me ajuda a te entender: por que eu sou um cafajeste e você não?
Já te
vejo me fuzilando com os olhos bem apertados, abrindo a boca para argumentar
três vezes, e dizendo que 'É muito diferente'. Pois agora sou todo ouvidos. Espero
uma resposta me explicando essas coisas aí que lhe parecem tão obvias, mas para
mim, não tem sentido algum.
Não
fica brava comigo, certo? É só mais uma dessas cartas chatas que eu teimo em te
escrever quando me falta sono, sobra café e indagações (como aquela última
sexta-feira, antes do feriado. Você ficou muito doida né. Me falou um monte de
coisa que eu prefiro discutir pessoalmente). Por enquanto, é isso. Não vou te
amar menos, ou mais, por perceber que às vezes, somos muito iguais e no fim,
ser homem ou ser mulher, pouco muda na prática... (Você sabe, eu digo, por
dentro... Alma, essas paradas aí porque por fora somos muito diferentes e, é claro que eu prefiro você! :) )
Beijos,
Seu
melhor amigo, A.
PS:
Te pago uma bebida amanhã à noite para fazermos as pazes."
2 comentários:
Paula...
Amei o texto! Deus estava guiando sua mão, heim? Que sensibilidade, criatividade...Beijos!
Ei Paula!
Adorei esse post também!
Um abraço, Anap.
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