domingo, 1 de dezembro de 2013

Je me fous du passé!


Música da noite: Non, je ne regrette rien - Edith Piaf

Se, porventura, percebes
Que já não me amas mais,
Vá se embora para sempre – como daquela vez-
“Para nunca mais voltar”
Deixa-me cá quieta, na solidão inesperada,
Olhar-me no espelho de novo
Recuperar a minha paz.

Se, por acaso, lá fora
Nada te interessou,
Volte para casa, meu bem, -como daquela vez-
Grite lá debaixo, com as malas nas mãos,
Que teu amor sou eu
Nada irá nos separar,
Sou a dona dos teus olhos e eterna do teu coração.

Prometa em meu ouvido
Que a ausência nada mudou
Sou um anjo por perdoá-lo - lembra daquela vez?-
“Gosto mesmo é de morenas"
Agora ninguém atrapalha.
A casa está uma beleza!
Que saudade, que saudade, dessas tuas mãos pequenas.

Mas. Contudo. Todavia,
Há tanto “mas” para dizer
Olhei-me no espelho e não via
A mulher que poderia ser.

E saudade daquela moça, para quem tempo ruim não existia,
Só fazia as vontades dela e o amante escolhia.
Perdoar um cafajeste, que sequer a amou de verdade?
Para essa moça não, não havia possibilidade.

E, meu bem, dói lhe dizer
Mas ah! Acredito eu, vai doer mais em você:
A moça que aqui deixou,
Procurou a própria paz
Andou pela casa sozinha
Acabou encontrando demais.

E eu perdoo-o de verdade
Por estas lágrimas sinceras
Mas chorar de joelhos agora
Não trará a mulher que eu era
Então trate de levantar-se,
Ajunte tuas malas no chão,
Vá se embora - para sempre dessa vez-
E leva tua desilusão. 


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