quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Férias e outras expectativas...

(Um texto de Natália Spósito, minha prima, escritora convidada da semana. Enjoy it!)


 

No começo ouvindo "Folhetim", Nara Leão...

Início de Dezembro, bela tarde chuvosa de quinta-feira e cá estou, com um TÉDIO em Caps Lock. 

Para tentar espantá-lo lembrei que a digníssima dona deste blog me havia “convidado” (de forma incisiva) a compartilhar este espaço e a atenção de vocês, nobres pessoas entediadas. Então, eis-me aqui, com esta árdua tarefa de tentar entretê-las, quando eu mesma não consigo me entreter...

Trabalhei o ano inteiro, como uma vaca leiteira na ordenha, esperando ansiosamente o descanso revigorante das férias. O trabalho acabou, as férias começaram; as férias já estão no meio e o tal descanso revigorante nada... Pelo contrário, me sinto psicológica e sentimentalmente muito mais cansada do que quando estava na ordenha.



#behappy
                                           

Os tolos me chamarão de doida, mas sei que vocês leitores inteligentes e entediados, me entendem, pois tudo começou com o ócio que é a causa precípua do tédio (sem o Caps Lock). E aos poucos fui percebendo que fomos adestrados para trabalhar como robôs ou vacas, de tal forma que o trabalho se torna um dos pilares que sustenta nossa existência. Para mim, que sempre detestei trabalhar (sim, quem gosta?! ¬¬’ ), foi um choque perceber isso (ainda mais durante as minhas férias)...

Ah... (suspiro)! Minhas férias, meu descanso revigorante, a paz divina, a oitava maravilha do mundo e tudo o mais que você puder pensar de lindo e maravilhoso. Meus planos, vários por sinal (até arrumar o guarda-roupa é uma pretensão), filmes, livros, sol, praia, Rio (de Janeiro, viu?!), várias viagens... Ah! Minhas férias... A expectativa de um vulcão em erupção de momentos felizes (várias lavinhas felizes- hehe), e de repente a única coisa que explode é o meu “ócio depressivo”.

Ainda estou em choque, tentando aos poucos me recuperar e “curtir” (uhul \o/ ) o que resta das minhas férias. E fica um conselho para você que como eu já é vaca: pense menos e viva mais (principalmente se você estiver de férias); e para você que ainda não é uma vaca: Como eu te invejo... (como dizem os “pequenos” invejosos: “invejinha boa, invejinha branca” – kkkk onde já se viu existir inveja boa/branca?!¹).


Agora já é fim de tarde e alguns raios de sol tímidos invadem meu quintal e minha alma. Sim, estou de férias e tenho todo um Dezembro pela frente, para me alegrar e às vezes me entristecer. E citando em sonho alheio Caio Fernando Abreu: “Talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor.” Então...

-Garçom, uma dose de amor e um porre para acompanhar.



             Para finalizar: Pro dia nascer feliz (quem sabe né?) - Cazuza


   Por Natália Spósito Lemos

¹Inveja: 1. Desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade alheia; 2. Desejo irrefreável de possuir ou gozar o que é de outrem. (Dicionário Houaiss)


ps²: Natália foi sorteada com a postagem de numero 100 do nosso blog, uhuuuul! Você ganhou muito prestígio e um lugar eterno em nossos corações. A equipe 'Viva o Tédio' agradece. 

xoxo
Paula


domingo, 1 de dezembro de 2013

Je me fous du passé!


Música da noite: Non, je ne regrette rien - Edith Piaf

Se, porventura, percebes
Que já não me amas mais,
Vá se embora para sempre – como daquela vez-
“Para nunca mais voltar”
Deixa-me cá quieta, na solidão inesperada,
Olhar-me no espelho de novo
Recuperar a minha paz.

Se, por acaso, lá fora
Nada te interessou,
Volte para casa, meu bem, -como daquela vez-
Grite lá debaixo, com as malas nas mãos,
Que teu amor sou eu
Nada irá nos separar,
Sou a dona dos teus olhos e eterna do teu coração.

Prometa em meu ouvido
Que a ausência nada mudou
Sou um anjo por perdoá-lo - lembra daquela vez?-
“Gosto mesmo é de morenas"
Agora ninguém atrapalha.
A casa está uma beleza!
Que saudade, que saudade, dessas tuas mãos pequenas.

Mas. Contudo. Todavia,
Há tanto “mas” para dizer
Olhei-me no espelho e não via
A mulher que poderia ser.

E saudade daquela moça, para quem tempo ruim não existia,
Só fazia as vontades dela e o amante escolhia.
Perdoar um cafajeste, que sequer a amou de verdade?
Para essa moça não, não havia possibilidade.

E, meu bem, dói lhe dizer
Mas ah! Acredito eu, vai doer mais em você:
A moça que aqui deixou,
Procurou a própria paz
Andou pela casa sozinha
Acabou encontrando demais.

E eu perdoo-o de verdade
Por estas lágrimas sinceras
Mas chorar de joelhos agora
Não trará a mulher que eu era
Então trate de levantar-se,
Ajunte tuas malas no chão,
Vá se embora - para sempre dessa vez-
E leva tua desilusão.