Porque hoje eu disse a uma amiga que
pudesse acessar meu blog, pois eu escreveria um texto bastante impessoal, coisa
singela, talvez um conto, uma opinião útil, ideia política... Mas o negócio é
que não escrevo há mais de meses e o que deveria ser uma crônica, virou um
desabafo já no título. Estou agitadííííssima, uma dessas pessoas
sorrideeeeentes, cheias de energiiiia que você se cansa em... Bom, cansei ¬¬’’.
Só que né, é a Paula que tem pra
hoje.
Minha gente, eu estou malhando.
Malhando não, desculpa, a moda agora é falar “treino”. Eu treino gente.
Nada do tipo “no pain, no gain”, foco, fé e força, “vamos alimentar o
mundo com clara de ovo”, POLAINAS. Enfim. Depois da infeliz experiência com o
spinning aqui relatada,
da aeróbica, das sessões de seiscentos abdominais, me encontrei na musculação.
Como combinamos eu e um amigo, malhamos pelo bem estar, o que mudar no corpo é
lucro e isso até dá certo porque você se sente bem e não engorda (não
desenfreadamente).
Conforme estudos comprovam, de fato
existe o tal prazer em praticar exercícios físicos. Libera mesmo o hormônio da
felicidade. Mas veja bem, comigo acontece diferente. Sinto a felicidade
(clandestina/Clarice Lispector) me tomar quando estou terminando os
abdominais e percebo que está próxima a hora de ir embora; a tal
serotonina/endorfina/dopamina, essa coisa aí, circula em meu corpo todo de
maneira inexplicável:
“EU VENCI! ACABOU MESMO!”
É tanta alegria que sinto vontade de
abraçar as pessoas e agradecê-las por terem me acompanhado na árdua jornada, me
dado apoio moral, feito carão pra minha camisa de vereador, pelo instrutor que
não me deixou roubar no exercício de tríceps. Indo embora da academia todos os
dias penso:
-Obrigada Brasil, vocês todos que
estiveram ao meu lado, a jornada não foi fácil, eu quase fraquejei no extensor
unilateral, mas consegui graças a vocês. Um beijooooo! Se não chover nem fizer frio,
amanhã estou aí!
Obviamente só dou um sorrisinho sem
graça e parto em silêncio. Ainda não estou tão falante né.
E para a segunda pauta temos... As
pessoas da academia. Eu agitadinha e saltitante sou quase uma pílula da alegria
ambulante, meu sonho é fazer amizade com todo mundo e ser parte de uma turma e
somos felizes e... Péra, não. Estou somente aberta às
pessoas.
Os rapazes, por óbvio, geralmente são
mais sociáveis (isso quando eu não vou com a camisa da Acadepol ou de óculos)-,
mas as meninas... É só carão, olhar de preguiça “-Ah lá a franga”, sorriso
forçado.
Cadê a gentileza, garotas? Custa
dizer um “Tudo bem, já terminei”, “Obrigada”, “Quer ajuda?”. Bater papo na
esteira com uma delas? Nem pensar (até mesmo porque na minha academia não tem gente acima do peso. As pessoas que não são saradas malham em casa e depois vão pra
lá, sério; então nas esteiras só tem as tias e eu). Mas então, onde é que está
escrito que não podemos nos falar? Por que me sinto invadindo um lugar onde não
há espaço para mais nenhuma garota e... De repente parecemos ser todas
concorrentes? Sim, a impressão que tenho é essa, de que há a disputa em atrair
olhares, inflar o ego, pegar mais peso que os caras. Não, não sinto muito por
não me tornar best das meninas da academia, até mesmo porque
nosso papo seria basicamente:
-Eu tomo Whey Porcaria seilácomosechama, e você?
-Eu tomo Nescau.
-Eu tomo Nescau.
Eu só queria mais gentileza. Não é
por que você tem a perna mais grossa que a de um cara que tem que agir como um
né? *sem indiretas, pelamor; estou generalizando da maneira mais ‘geral’
possível*
Então que eu ia introduzir a história
da academia pra contar que gosto muito de correr, e quando corro minha mente
ansiosa parece fritar, voar, de repente estou fazendo planos de mudar de cidade
e só se passaram dois minutos. Essa era a ideia, apresentá-los uma mente
ansiosa, contar sobre minha experiência com o Efexor, esmiuçar meus últimos
romances, mas olha o tamanho do texto só sobre meu lado ‘exercite’ da vida, rs;
“magina” eu relatar o que aconteceu em quatro meses?
Em outras postagens, talvez. O
negócio é que, minha amiga, fico te devendo o texto impessoal; na verdade já
até o tenho escrito, mas me veio isso de falar de tudo.
No mais, mais do mesmo: futilidade,
profundidade, conversação com as estrelas, conversação com Deus; caminhando
pela rua e rindo sozinha, pensamentos feitos, ideias políticas (quem diria,
eu), e tanta coisa nova e velha. É bom estar de volta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário